terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O Espelho


Eduardo quase não viu a senhora com o carro parado no acostamento, mas percebeu que ela precisava de ajuda. Assim, parou o seu carro e se aproximou.

O carro dela cheirava à tinta de tão novinho.

Mesmo com o sorriso que ele estampava na face, ela ficou preocupada. Ninguém tinha parado para ajudar durante a última hora.

Ele iria aprontar alguma coisa? Ele não parecia seguro; parecia pobre e faminto.

Ele pode ver que ela estava com muito medo e disse: “- Eu estou aqui para ajudar madame. Por que não espera no carro onde está quentinho? A propósito, meu nome é Eduardo”.

Bem, tudo o que ela tinha era um pneu furado, mas, para uma senhora, era ruim o bastante.

Eduardo abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro. Logo ele já estava trocando o pneu. Mas, ficou um tanto sujo e ainda feriu uma das mãos.

Enquanto ele apertava as porcas da roda ela abriu a janela e começou a conversar com ele. Contou que era de St. Louis e só estava de passagem por ali. Disse que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.

Eduardo apenas sorriu, enquanto se levantava.

Ela perguntou quanto devia (qualquer quantia teria sido muito pouco para ela). Já tinha imaginado todas as terríveis coisas que poderiam ter acontecido caso Eduardo não tivesse parado.

Eduardo não pensava em dinheiro. Aquilo não era um trabalho para ele. Gostava de ajudar quando alguém tinha necessidade. Este era seu modo de viver e nunca lhe ocorreu agir de outro modo. Ele respondeu:

– Se realmente quiser me reembolsar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para aquela pessoa a ajuda de que ela precisa –  E acrescentou: … e pense em mim. Ele esperou até que ela saísse com o carro e também se foi.

Tinha sido um dia frio e deprimido, mas ele se sentia bem, indo para casa, desaparecendo no crepúsculo.

Algumas milhas abaixo a senhora encontrou um pequeno restaurante. Ela entrou para comer alguma coisa. Era um restaurante um tanto sujo. A cena inteira era estranha para ela.

A garçonete veio até ela e trouxe-lhe uma toalha limpa para que pudesse esfregar e secar o cabelo molhado e lhe dirigiu um doce sorriso. Um sorriso que, mesmo depois de um dia inteiro de trabalho com os pés doendo, não pode apagar.

A senhora notou que a garçonete estava com quase oito meses de gravidez, mas ela não deixou a tensão e as dores mudarem sua atitude.

A senhora ficou curiosa em saber como alguém que tinha tão pouco na vida podia tratar tão bem a um estranho. Então se lembrou de Eduardo.

Depois que terminou a refeição, enquanto a garçonete buscava troco para a nota de cem dólares, a senhora se retirou. Já tinha partido, quando a garçonete voltou. A garçonete ainda queria saber onde a senhora poderia ter ido quando notou algo escrito no guardanapo, sob o qual tinha mais 4 notas de cem dólares.

Havia lágrimas em seus olhos quando leu o que a senhora havia escrito.

Dizia: “Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma eu a estou ajudando. Se você realmente quiser me reembolsar, não deixe este círculo de amor terminar em você”.

Bem, Havia mesas para limpar, açucareiros para encher e pessoas para servir. Aquela noite, quando foi para casa e deitou-se na cama, ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixara escrito.

Como pode aquela senhora saber o quanto ela e o marido precisavam disto?

Com o bebê para o próximo mês, como estava difícil. Ela virou-se para o preocupado marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo macio e sussurrou:

“-Tudo ficará bem, meu amor. Eu te amo Eduardo”.

Pense nisso, e não feche esse círculo de amor.

A vida é assim: Um espelho... Tudo que você transmite, volta pra você! E geralmente em dobro.


Autor: Desconhecido

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